quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A natureza da ressurreição

A natureza da ressurreição


É relativamente fácil declarar o fato da ressurreição, mas, ao tentar explicar como Cristo foi ressuscitado, encontramos grande dificuldade, pois trata-se de leis misteriosas, sobrenaturais, além de nosso alcance. Entretanto, sabemos que a ressurreição do corpo será caracterizada pelos seguintes aspectos:

a) Relação. Haverá alguma relação como velho corpo - fato que Paulo ilustra pela comparação com o grão de trigo (1 Co 15.36, 37). O grão é lançado na terra, morre, e o ato de dissolução fertiliza o germe da vida no grão, de maneira que se transforma em uma planta linda e viçosa. "Somente pela dissolução das partículas da matéria na semente torna-se produtivo o germe da vida (o que jamais foi possível se observar pelo microscópio)."

Qual o poder que vitaliza o corpo humano, tornando-o capaz da gloriosa transformação do corpo ressurreto? O Espírito Santo! (cf. 1 Co 6.19). Falando da ressurreição, Paulo expressa as palavras de 2 Coríntios 5.5, que um estudioso da língua grega traduziu da seguinte maneira: "Deus preparou-me para essa mudança, ao dar-me seu Espírito como sinal e primeira porção".

b) Realidade. Certas pessoas não se interessam em ir para o céu, pois acham que a vida ali será uma existência insubstancial e vaga. Ao contrário, a existência no céu será tão real quanto a presente - de fato, ainda mais real. Os corpos glorificados serão reais e tangíveis e havemos de conhecer-nos e conversar uns com os outros, como também estaremos plenamente ocupados com atividades celestiais. Jesus, em seu corpo ressuscitado, era muito real para seus discípulos; embora glorificado, ele era ainda o mesmo Jesus.

c) Incorruptibilidade. O corpo "ressuscita imperecível" (1 Co 15.42) e ficará livre de enfermidade, dor, debilidade e, portanto, também da morte (Ap 21.4).

d) Glória. Nosso velho corpo é perecível, sujeito à corrupção e ao cansaço, porque é um corpo "natural", próprio para uma existência imperfeita em um mundo imperfeito; mas o corpo da ressurreição será próprio para a gloriosa vida imortal no céu. Quando Pedro, o Grande, da Rússia, trabalhava como mecânico na Holanda, a fim de aprender a arte da construção naval, ele usava a roupa humilde de mecânico; mas, ao voltar ao seu palácio, ele vestia-se com os trajes reais ornados de joias. Assim também o espírito do homem, originalmente inspirado por Deus, agora vive uma existência humilde dentro de um corpo perecível (Fl 3.21), mas na ressurreição será revestido de um corpo glorioso, próprio para ver Deus face a face. 

e) Agilidade. Poderá atravessar o espaço com uma rapidez de relâmpago, em razão da enorme energia com a qual estará dotado.

f) Sutileza, isto é, o poder de penetrar as substâncias sólidas. Ao andarmos pela terra em um corpo glorificado, não seremos impedidos por coisas mínimas como um muro ou uma montanha - simplesmente os atravessaremos (cf. Jo 20.26).

Existem muitas coisas que não entendemos e não podemos entendê-las ainda, acerca da vida futura, pois "ainda não se manifestou  o que havemos de ser" (1 Jo 3.2). Entretanto, sabemos isto: "agora somos filhos de Deus" e, "quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é" (1 Jo 3.2).

PEARLMAN, Myer. Conhecendo as doutrinas da Bíblia. São Paulo: Editora Vida, 2006, p. 372, 373.

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