segunda-feira, 2 de julho de 2012

O SEGREDO DA ENCARNAÇÃO



No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, como do unigênito do Pai. João 1:1 e 14.
A nossa fé não é baseada em ensinamentos, ou doutrinas, ou formas, ou sistemas ou rituais ou cerimônias. A nossa fé é e tem por base uma Pessoa, o Cristo vivo. Toda a nossa vida cristã não é senão o conhecimento vivo de Cristo Jesus. Portanto, é essencial que cada um de nós O conheça realmente, não apenas conhecê-lO em nossa mente, mas sim experimentalmente. Essa era a paixão que havia no apóstolo Paulo. Vamos ler Filipenses 3:9-10 e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte. Que essa paixão não seja apenas do apóstolo Paulo, mas que seja a nossa paixão também: conhecê-lO. Na verdade conhecer a Cristo é tudo. O cerne do cristianismo não é encontrado nos ensinamentos ou em outras coisas, mas é todo centrado sobre uma Pessoa, o nosso Senhor Jesus. Estamos vivendo em direção ao final desta era, e ela está chegando muito rápido a seu fim e, no nosso tempo, há muitos tipos de ensinamentos estranhos que levam as pessoas de um lado para o outro.
E o plano do inimigo é tirar nossa atenção de Cristo, ocupando-nos com muitas outras coisas. Marta irmã de Maria era um exemplo clássico disto, mas Jesus a repreendeu: Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. Lucas 10:41-42.
A nossa vida neste mundo começa quando nascemos, ou para ser mais exato, com a nossa concepção. Quando somos concebidos no ventre de nossa mãe, a vida se inicia. Antes disso, éramos inexistentes; mas isso não é verdade com respeito ao nosso Senhor Jesus. O Seu nascimento, de certa forma, é o começo da Sua vida na Terra, mas, o nascimento do Senhor é totalmente diferente do nosso. O Seu nascimento é na realidade, uma encarnação. Veja o que o Anjo disse a Maria: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus. Lucas 1:35.
O que é a encarnação do Senhor? A encarnação de Cristo é a manifestação de Deus numa forma humana, na forma de Jesus Cristo. Em outras palavras, antes de nascer, Jesus já existia como diz a Bíblia: “No princípio era o Verbo”. Este Verbo estava com Deus, co-existindo com Deus no princípio e, ainda, esta Palavra era Deus. Ele era um com Deus. Mas, um dia, esta Palavra se tornou carne, ou seja, se tornou um Homem, isto é encarnação. Esta Palavra tomou sobre Si a forma humana, e o Seu nome é Jesus. Jesus nasceu de uma mulher, Ele nasceu sob a lei a fim de que pudesse nos libertar e nos redimir da maldição da lei para que pudéssemos receber a filiação. Isto é encarnação, o nascimento de nosso Senhor Jesus. Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. Gálatas 4:4-5.
Irmãos saibam que o conceito da encarnação foi concebido na mente de Deus mesmo antes da fundação do mundo. Podemos dizer que, no princípio, era o Deus triuno. Não havia qualquer outra coisa, não havia o Universo, nada além de Deus. Ele é Aquele que existe por Si mesmo, e sempre existiu, Ele é o princípio. Ainda não havia o tempo, mas é como se um dia, no passado remoto, houvesse um conselho entre a Deidade. Deus o Pai amava tato a Deus o Filho que Ele quis expressar o Seu amor por Ele. O amor sempre procura um meio de fazer alguma coisa, dar algo ao objeto do seu amor. Deus é amor, e Deus o Pai amou tanto a Seu Filho que Ele quis Lhe dar todas as coisas. Ele quis criar os céus e a terra. Ele quis criar todas as coisas e dá-las ao Seu Filho como Seu presente, como um ato expresso do Seu amor por Seu filho. Entre todos os presentes que Deus deu ao Seu Filho, não houve um mais excelente do que o homem. Deus fez o homem perfeito e sem pecado, mas o homem pecou e por isso Deus desceu. Pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana. Filipenses 2:6-7.
Deus quis dar o homem a Seu Filho como Sua companhia, como Seu ajudador a fim de junto com Ele compartilhar em glória como também em responsabilidade. Deus tinha isso em mente de acordo com o Seu aprazimento. Ele ama o Seu Filho, e agradou a Ele quando começou a pensar em realizar estas coisas, em fazer assim! Então, tudo deve gravitar em torno do Filho. De fazer convergir n`Ele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra. Efésios 1:10.
Mas o segredo dessa maravilhosa encarnação de Cristo se deu quando este Deus Onisciente, sendo Aquele que conhece o fim desde o princípio, Ele sabia de antemão que, após criar o Universo, depois de ter criado o homem, o homem iria cair em tentação, iria se rebelar contra Ele, e assim seria enganado trazendo “frustração” ao Seu presente, ao Seu amado Filho. O que Deus então deveria fazer? Não deveria fazer nada? Naquele momento é como se o Filho desse um passo à frente e dissesse: “Pai, se isso é o que Tu queres, Eu quero o que Tu queres”. O Filho não queria outra coisa senão fazer a vontade do Pai. Então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Hebreus 10:9a.
Sendo assim, é como se o Filho dissesse: “Estou desejoso de um dia ir até a este mundo que Tu criaste, e de ir até este mundo caído e Me entregar para redimir o homem e todo o Universo para que Eu possa devolver tudo a Ti, a fim de expressar o Meu amor por Ti.” Foi decidido, então, na eternidade passada, que isso deveria ser feito. Então, agora podemos entender a Encarnação de Senhor Jesus Cristo, o porquê o Verbo se fez carne. Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado na carne foi justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na glória. Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos. 1 Timóteo 3:16 e 2 Timóteo 1:9.
Um Homem veio a este mundo, um Homem segundo o próprio coração de Deus. Ele é o Homem que estava na mente de Deus desde o princípio. É o Homem que Deus deseja, o Homem a quem Deus iria dar o domínio de todas as coisas. Mas Ele não veio para ficar só. Não veio a este mundo apenas para nos demonstrar que tipo de Homem Deus deseja, mas com o objetivo de trazer muitos filhos à glória. Por meio dEle, foi possível recriar uma nova raça. Este Homem para fazer isto morreu numa cruz e nos levou a morrer n`Ele quando nos atraiu a Si. Fomos crucificados e mortos e juntamente com Ele nos ressuscitou e nos deu uma verdadeira identidade de filiação divina.
Hoje pela graça de Deus e porque houve a encarnação de Cristo somos filhos do Deus Altíssimo. Cristo não veio a este mundo somente para procurar e salvar o perdido, mas veio a este mundo para nos recriar e nos conformar à Sua própria imagem para que Ele nos receba como semelhantes a Ele, Sua contraparte, e para que a vontade de Deus concernente ao homem possa ser plenamente realizada. Este é o segredo da encarnação. Amém. 

Publicado em: 30/6/2012
Por: Claudio Morandi

Nenhum comentário:

Postar um comentário