segunda-feira, 21 de maio de 2012

Estudo bíblico: Gênesis - Parte 1


Dando início a uma nova série de estudos bíblicos, estaremos agora refletindo e apresentando uma visão geral sobre os livros da Bíblia. Estes estudos são interessantes, pois facilitarão a compreensão do que se trata em cada livro da Bíblia e também sobre alguns pontos que são muito debatidos por não crentes.
No princípio criou Deus os céus e a terra. (Gênesis 1:1)
Quem nunca ouviu falar deste texto? Sem dúvidas é um dos textos mais conhecidos da Bíblia, no entanto, muitos nem sabem o objetivo real do livro de Gênesis.

Se ainda não teve oportunidade, não deixe de ler as outras partes deste estudo:Gênesis – Parte 2Gênesis – Parte 3 e Gênesis – Parte 4

Introdução geral:

Gênesis é o primeiro dos cinco livros do conjunto chamado Pentateuco. A palavra Pentateuco vem do grego Pentateuchos e significa “Livro em cinco volumes”. O nome original deste conjunto em hebraico, é Torá (tôrâ – r;/t) que pode ser traduzido para o português por Lei, Ensino ou Instrução. Os demais livros do Antigo Testamento já se referem aos livros do Torá como advindos de Deus. Exatamente pelas inúmeras citações de frases como “E disse Deus…” Portanto, tanto o livro de Gênesis quando os livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio são considerados Livros Sagrados séculos antes de Jesus nascer.

Sobre o nome do livro:

O nome atual do livro, Gênesis, vem da Septuaginta (LXX) (do grego= γένεση – gênesis) e significa, basicamente: origem ou princípio. O nome é muito semelhante ao nome hebraico: “em princípio” (berē’shît – עקרונית), que foi tirado da primeira palavra que aparece na obra e, assim como aquele, também não seria o mais adequado para descrever o livro como um todo, pois o livro não se limita a descrever o princípio, seja ele do universo, da humanidade ou, mesmo, do povo de Israel, como facilmente se observa no esboço geral do livro.

Primeira parte do livro:

O trecho que vai de Gênesis 1:1 até Gênesis 2:4 apresenta um resumo histórico de toda pré-história da Terra. É interessante notar alguns aspectos fundamentais neste trecho. Ocorre que o objetivo deste texto bíblico não é apresentar um relato científico das eras pré-históricas em detalhes, o objetivo é demonstrar claramente que Deus é o idealizador, autor e controlador de tudo que há.
Não podemos deixar de notar que milhares de anos da história da Terra foram resumidos em apenas 1 capítulo, isto se deu exatamente pelo objetivo real do livro que, volto a afirmar, não é ser um livro sobre a história da humanidade, mas sim, um livro sobre o poder criativo de Deus sendo revelado aos homens.
Muitos críticos da Bíblia pegam exatamente esta primeira parte do primeiro livro da Bíblia para condenar totalmente o conteúdo Bíblico. Estes pretendem desmoralizar a Bíblia ao falar que a mesma não cita os dinossauros, não cita as eras pré-históricas, e, por outro lado, a Bíblia daria a impressão de que a Terra foi formada em 6 dias de 24 horas (144 horas como conhecemos hoje na Terra).
A primeira questão é: Qual era a duração do dia de Deus durante a criação?
A expressão “dia” significa um período de tempo, é verdade, no entanto, não é vinculado necessariamente a um dia específico da semana, nem a um dia de 24 horas terrenas, pois, talvez o leitor nunca tenha reparado que o sol foi criado no quarto dia da criação, ou seja, quando iniciamos a contagem dos “dias da Criação” ainda não havia a rotação da Terra ao redor de si mesma e em volta do Sol e assim não existiria como contarmos o período de 24 horas terrenas, assim sendo nem daria para contar os dias da semana ou do ano.
Veja o texto:
Gênesis 1:14-19 E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a Terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a Terra, e para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.
Logo, percebemos que o “dia” de Deus é uma medida de tempo estabelecida por Ele, antes que o homem tivesse a concepção e os referenciais de dia que possui hoje. Portanto o período de 24 horas terrenas não é o sentido da palavra hebraica יום (yowm) que foi traduzida, em Gênesis 1 como a palavra “dia”. Pensar em dias de 24 horas terrenas e que o sétimo dia seria exatamente o dia que hoje chamamos de sábado é no mínimo uma visão simplista dos ensinamentos bíblicos, para não considerarmos uma total blasfêmia.
Esta explicação Bíblica mostra claramente que realmente a ciência não contradiz a Bíblia. Que na verdade a sequência apresentada pela Bíblia é 100% lógica e comprovada pela ciência. Ao demonstrar que tudo era caos antes de começar a se organizar os corpos celestes, depois começou a surgir a vida na terra e por último o ser humano estamos falando a mesma coisa que a ciência fala, só que com uma linguagem religiosa.
Mas se você ainda tem dúvidas quanto a palavra “dia”, pense conosco no texto a seguir:
Salmo 90:4-6 Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite. Tu os levas como uma corrente de água; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce. De madrugada floresce e cresce; à tarde corta-se e seca.
Este texto não deixa dúvidas de que a contagem de tempo de Deus não é a nossa e que mil anos nossos não são nada para Deus. Isto prova-nos que a visão simplista de que um dia da Criação em Gênesis significa um dia terreno é desconhecimento Bíblico.
Se ainda resta alguma dúvida quanto ao período de tempo de “um dia de Deus” vejamos o texto a seguir:
Oséias 6:2 Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante DELE.
Ora, Jesus já veio a Terra, portanto o segundo dia já se cumpriu, se ainda aguardamos a volta de Jesus e assim a ressurreição para o Julgamento Final e, também, sabemos que o dia em que viveremos diante DELE é a eternidade está claro que a contagem de dias não poderia ser uma contagem conforme contamos na Terra.
Também podemos verificar que fechando esta primeira parte do livro de Gênesis, no capítulo 2, tem:
Gênesis2:4 Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o SENHOR Deus fez a terra e os céus.
Portanto, a mesma palavra יום (yowm) foi novamente traduzida por “dia” aqui só que desta vez significando todo o período da criação. Podemos, assim, concluir que 6 dias ou 15 bilhões de anos não fazem diferença para Deus e que certamente isto não se refere a 24 horas terrenas.
A palavra “dia” realmente aparenta não ter o significado correto para este termo, tanto é que o mesmo termo יום (yowm) foi traduzido em Gênesis capítulo 4 como “ao cabo de dias” o que deixa claro que não estava se referindo a um período de 24 horas.
Gênesis 4:3 E aconteceu ao cabo de dias (yowm) que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
Para completar este raciocínio, temos no mesmo livro de Gênesis, no capítulo 43 o seguinte texto:
Gênesis 43:9 Eu serei fiador por ele, da minha mão o requererás; se eu não o trouxer, e não o puser perante a tua face, serei réu de crime para contigo para sempre (yowm).
Pois é, caro leitor, agora chegamos ao real significado do termo יום (yowm) em Hebraico. Este termo hebraico significa PARA SEMPRE ou ETERNAMENTE e nunca um período de 24 horas terrenas.
O dia (yowm) em que tudo já estava concluído:
Existem certas seitas ditas cristãs que ficam insistindo em doutrinas estranhas a Bíblia, pegam textos isolados e tentam criar uma suposta base para condenar todas as outras doutrinas cristãs. Dentre as mais famosas existe uma que usa o texto de Gênesis 2:3 como base:
Gênesis 2:3 E abençoou Deus o dia (yowm) sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.
Nesse “dia”, Deus poderia dizer “está consumado”; a obra que pretendia fazer estava concluída. Porém verifique agora os seguintes textos:
Gênesis 1:5 …E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro
Gênesis 1:8 …e foi a tarde e a manhã, o dia segundo
Gênesis 1:13 E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.
Gênesis 1:19 E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.
Gênesis 1:23 E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.
Gênesis 1:31 … e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
Agora procurem ver sobre o sétimo dia:
Gênesis 2:2 E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito.
Notem que aqui não é citado que foi a tarde e a manhã do dia sétimo. Isto deve ter algum significado! Teria sido um esquecimento de Deus a ausência desses termos delimitadores de tempo em Sua Palavra? Esqueceria Deus exatamente de colocar o fim do ciclo do sétimo dia em sua palavra? Cremos que não.
Esta ausência se justifica por um único motivo: ainda não houve a tarde e a manhã do sétimo dia, ou seja, o dia sétimo ainda não terminou. A humanidade desde Adão até hoje está vivendo o sétimo dia de Deus e por isto ainda estamos dentro do ciclo delimitador do sétimo dia. Isto confirma o texto que já mencionamos de Oséias 2, ou seja, quando este dia (yowm) acabar, será a volta de Jesus e o Julgamento Final.
Isto também corresponde aos ensinamentos de Jesus e dos Apóstolos que devemos viver todos os nossos dias em santidade e devoção ao Senhor e não apenas um dia da semana. Isto significa que o Shabat de Deus (o dia santo de Deus) está ocorrendo e, portanto, devemos viver toda a nossa vida (que é como um milésimo de segundo do Shabat de Deus) dedicando-nos integralmente à Ele.
Salmo 27:4 Uma coisa pedi ao SENHOR, e a buscarei: que possa morar na casa do SENHOR todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do SENHOR, e inquirir no seu templo.
Hebreus 3:13 Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado;
Atos 2:46-47 E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
Lucas 1:75 Em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida.
E a ciência? O que a ciência fala sobre o termo “dia”? É interessante notar que já é comprovado cientificamente que um dia em Vênus tem a duração de 243 dias terrestres e que em Saturno um dia equivale a, aproximadamente, 10 horas terrestres. Ou seja, a ciência já comprova que o termo “dia” varia de planeta para planeta e desta forma, a marcação “dia” dada por Deus não precisaria seguir o padrão terrestre já que Ele é superior ao planeta Terra.
Superado esta primeira parte que trata exclusivamente do fato, inequívoco, de que Deus é que é o autor de toda criação e não a apresentação simplista e cronológica sobre a pré-história, vamos agora passar a contar a história da humanidade.

Segunda parte do livro:

A história da humanidade é contada a partir de Gênesis 2:5 até Gênesis 11:26. Neste trecho encontramos a história sobre a criação e queda do homem, seu crescimento em número, o julgamento do dilúvio e o erguimento das nações, novamente temos um longo período da história da humanidade resumidos em 9 capítulos do livro de Gênesis e novamente podemos concluir que este livro é apenas um resumo da história da humanidade focado nos aspectos religiosos principais deixando de lado outros aspectos que não são tão importantes para a religião.
2.1 – Criação:
Cientificamente falando a origem do homem continua obscura, e nem a arqueologia nem a antropologia podem dar uma resposta final a respeito do tempo, do lugar, ou dos meios da origem do homem. A hipótese apresentada por Charles Darwin há 200 anos sobre uma evolução das espécies tem uma grave problemática: Já se passaram 200 anos e inúmeros pesquisadores se dedicam a encontrar os supostos “Elos Perdidos” e até agora nada foi encontrado. Não há um só achado arqueológico/antropológico que consiga comprovar uma evolução do “macaco para o homem”, bem como não há um só achado arqueológico que consiga comprovar uma evolução de qualquer outra espécie para qualquer uma das que conhecemos atualmente.
Adaptações físicas e seleção natural existem, estas fazem com que tenhamos diferenças dentro da mesma espécie, no entanto, isto é extremamente inferior ao que Darwin falava. Entenda que o bico de um pássaro ser mais comprido numa região mais hostil e mais curto noutra região é muito diferente de termos um “elo perdido” que estaria dentre os mamíferos e as aves (por exemplo).
Por outro lado, a explicação bíblica da criação do homem faz bastante sentido quimicamente falando. Ocorre que a Bíblia afirma que o homem foi formado a partir do pó da Terra, a ciência já comprovou que a Terra é feita basicamente de moléculas de carbono e que os corpos dos animais (incluindo o homem) também são formados de moléculas de carbono.
Isto é uma maravilha sem igual. Muito antes de conhecermos os elementos químicos, muito antes de a ciência existir, a Bíblia já afirmava que o ser humano era feito do mesmo elemento químico da Terra. Em épocas antigas isto soava como um absurdo. Pensar que o corpo de um animal era composto do mesmo material que a terra era algo ridículo, mas a química hoje comprova que a Bíblia tinha razão. A composição básica dos corpos viventes é a mesma da Terra, ou seja, o carbono.
O objetivo desta parte do livro de Gênesis é apresentar que o homem teve uma formação especial de Deus, um cuidado especial, tipo “a obra prima de Seu autor”. A Bíblia afirma que o homem foi criado para possuir a terra, fazê-la servi-lo e dominar as outras criaturas além de que apresenta que a natureza sofre por causa do homem. Notem que em toda a Bíblia é apresentado que o homem faz parte da natureza, mas que tem um lugar de destaque nela. Não seria este um pensamento extremamente condizente com os pensamentos ecológicos dos dias atuais?

                                                                       texto de autoria de 


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